LEUCOGRAMA DE ESTRESSE

A interpretação das contagens de leucócitos do sangue auxilia na compreensão sobre as possíveis disfunções apresentadas pelo animal. Em geral, um leucograma anormal permite a identificação de processos patológicos.

Uma série de eventos leva ao aumento do número de neutrófilos, dentre eles processos inflamatórios, infecciosos e o estresse. Dependendo do mediador de estresse que o animal está submetido, as alterações leucocitárias serão diferentes. É importante conhecer como o estresse age no organismo animal, modificando os parâmetros hematológicos, para evitar erros no diagnóstico de doenças.

Sabe-se que após situações de estresse, espera-se que o leucograma de estresse apareça no hemograma do animal. Porém existem diferentes tipos de estresse, e portanto, com diferentes respostas.

Acredita-se que quando o animal está sob uma situação de estresse agudo, ocorrerá um quadro de leucocitose fisiológica, que é mediada pelas catecolaminas. Este é caracterizado por neutrofilia, linfocitose, monocitose e eosinofilia. A leucocitose fisiológica é uma alteração transitória no leucograma que ocorre com minutos do estímulo que, devido ao efeito fugaz das catecolaminas, dura em torno de 20 a 30 minutos. Porém, se o animal estiver sob estresse crônico, como solidão, espera-se encontrar no hemograma o leucograma de estresse, que poderá ser notado especialmente em cães. O leucograma de estresse é caracterizado por leucocitose, neutrofilia, linfopenia, monocitose e eosinopenia. Esse tipo de estresse é mediado pelos glicocorticóides.

É importante entender que o leucograma de estresse leva tempo até aparecer. Há variações do tempo dependendo da espécie animal, porém, em geral, os glicocorticóides geram efeitos num pico de 4 a 8 horas, podendo durar de 24 horas até 2 a 3 dias.

ERLIQUIOSE CANINA: ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS EM CÃES DOMÉSTICOS NATURALMENTE INFECTADOS

Segundo Mendonça et al. (2005):rnrnErliquiose canina é uma doença causada por infecção de células mononucleares pela Erlichia spp., riquétsias transmitida pelo carrapato que formam agrupamentos intracelulares. Com o objetivo de avaliar as alterações hematológicas em cães domésticos naturalmente infectados com Erlichia spp., foram realizados hemograma de 109 animais com presença de mórulas nos leucócitos em extensões de sangue coletado de capilares marginais da orelha. Observou-se com maior freqüência anemia (77,98%), trombocitopenia (87,15%), eosinopenia (64,22%), desvio nuclear de neutrófilos para a esquerda (50,46%), leucopenia (24,77%) e linfopenia (22,02%). A anemia de maior freqüência foi do tipo normocítica normocrômica quanto à morfologia e arregenerativa quanto à resposta da medula óssea. Concluiu-se que, embora não específicos, trombocitopenia, anemia arregenerativa, eosinopenia e desvio nuclear de neutrófilos para a esquerda, são achados freqüentes na erliquiose canina.