LEUCOGRAMA DE ESTRESSE
A interpretação das contagens de leucócitos do sangue auxilia na compreensão sobre as possíveis disfunções apresentadas pelo animal. Em geral, um leucograma anormal permite a identificação de processos patológicos.
Uma série de eventos leva ao aumento do número de neutrófilos, dentre eles processos inflamatórios, infecciosos e o estresse. Dependendo do mediador de estresse que o animal está submetido, as alterações leucocitárias serão diferentes. É importante conhecer como o estresse age no organismo animal, modificando os parâmetros hematológicos, para evitar erros no diagnóstico de doenças.
Sabe-se que após situações de estresse, espera-se que o leucograma de estresse apareça no hemograma do animal. Porém existem diferentes tipos de estresse, e portanto, com diferentes respostas.
Acredita-se que quando o animal está sob uma situação de estresse agudo, ocorrerá um quadro de leucocitose fisiológica, que é mediada pelas catecolaminas. Este é caracterizado por neutrofilia, linfocitose, monocitose e eosinofilia. A leucocitose fisiológica é uma alteração transitória no leucograma que ocorre com minutos do estímulo que, devido ao efeito fugaz das catecolaminas, dura em torno de 20 a 30 minutos. Porém, se o animal estiver sob estresse crônico, como solidão, espera-se encontrar no hemograma o leucograma de estresse, que poderá ser notado especialmente em cães. O leucograma de estresse é caracterizado por leucocitose, neutrofilia, linfopenia, monocitose e eosinopenia. Esse tipo de estresse é mediado pelos glicocorticóides.
É importante entender que o leucograma de estresse leva tempo até aparecer. Há variações do tempo dependendo da espécie animal, porém, em geral, os glicocorticóides geram efeitos num pico de 4 a 8 horas, podendo durar de 24 horas até 2 a 3 dias.